segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Protagonismo

Protagonismo

Flor que insistiu em brotar
No meio do asfalto bruto,
Birra pura,
Obstinação absoluta.
E rebentou...
Contra tudo e todos,
Contra o medo,
O preconceito
E os nãos intermináveis...
Transformou o mundo de concreto e aço
Numa poesia singela,
Suave veludo em carne e osso.
E no céu acinzentado fez nascer
Um arco-íris de pétalas macias.

Mulher...
Flor que rompeu o asfalto
Da estupidez e do machismo.
E, de salto fino,
Subiu no ringue da vida
Lutando por seus direitos.
E venceu...
Venceu porque soube surpreender
Venceu porque soube ser mais
Mais ousada
Mais forte
(mesmo sendo o sexo frágil!)
Soube ser simplesmente mulher...

E a metáfora persiste
Insiste
Resiste
Rompendo o asfalto
Quebrando tabus
Parando o trânsito
Com curvas perfeitas
Esculpidas a todo custo,
Elegância singular,
Beleza e magia,
Um toque de poesia
Na prosa sem graça
Do universo masculino.

Flor que adentrou os lares
As empresas
As câmaras
O senado
Que ganhou o mundo...
E mesmo em meio à correria
Do dia-a-dia
Acha tempo para filhos
Marido
Amigos
Salões
Shoppings...
Veste-se para guerras diárias
Batalhas que ainda virão...

Quem imaginaria um dia
Que uma flor tão reprimida
Tomaria com destreza
As rédeas da própria vida?
(Autora: Professora Elisângela O. Silva de Araújo)

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